Pequenos Almoços {As novas opções do meu inicio de dia}


Desde há um tempo para cá que tenho andando a pensar seriamente em alterar de alguma forma a minha alimentação. A lactose é daquelas coisas que sei de antemão, que o meu organismo não tolera. Talvez por isso nunca tenha gostado de leite ... nem de iogurtes. Sempre que os ingiro fico uma sensação de enfartamento, azia, etc... Hoje chego à conclusão, que vivi toda a vida assim. Habituei-me e aprendi a viver com azia. Há uns anos, e porque a minha filha também é intolerante à lactose, começámos a consumir leite sem lactose. Melhorou substancialmente. Ainda assim, a mistura com o café matinal, continuava a trazer o enfartamento (O café é-me imprescindível. Se não o tomar até às 10/11h da manhã a enxaqueca é certa) Decidi então mudar o leite. Não bastava não ter lactose, tinha que experimentar o "leites" vegetais. Comecei pelo de soja. Não consegui. Passei para os de arroz... de aveia... de coco... não aprovaram. Até que por último fui ao de amêndoa. Adorei. Misturado com o café bem carregado, é maravilhoso... assim só, sem sequer levar açúcar ou adoçante. Bebida matinal definida.
Passei então à etapa seguinte. O pão. A minha perdição. Tenho tentado a todo o custo, não querer ver, mas o glúten também não é, de todo, o meu melhor amigo. Dispensar a massa e o arroz, ainda que comendo ocasionalmente, é mais ou menos fácil. Mas não me tirem o pão. De manhã preciso de pão! ... Só que não!...
Na verdade, esta última semana, e depois de começar a seguir um grupo de alimentação "Paleo" comecei a cobiçar aqueles pequenos almoços. Percebi que existem alternativas muito boas, na verdade até melhores. Não consigo e não quero seguir aquele tipo de regime alimentar. Eu sou "boca santa" e do mundo, e gosto de ter uma alimentação variada, não andar demasiado presa a estilos ou regras fechadas. Isto posso... isto não posso... não é para mim. Mas não condeno quem o faça. Percebi de facto que se restringir a lactose, o glúten (que é como quem diz grande parte dos cereais e farinhas), e o açúcar, é o suficiente para me sentir substancialmente melhor, com mais energia, menos inchada, sem enfartamentos e azias, então porque não seguir esse caminho? Não digo que nunca mais como pão, farinha, arroz, massas e seus familiares, estaria a mentir, especialmente a mim mesma, mas vou seguramente reduzi-los consideravelmente.

O ponto de partida tem sido o "leite de amêndoa", a mandioca, a aveia, a alfarroba e os ovos, O mel, e quando tem que ser o açucar mascavado. Fruta, que dá uma frescura matinal (tendo em conta a abundância que temos no verão, era quase um crime deixá-la de parte), frutos secos, que diz que são bons para o coração e ajudam a saciar mais tempo. Canela e ervas aromatizadas para o toque especial...

Nesta fase inicial, não tenho estado muito preocupada com o peso "calórico" das misturas que faço. Tenho para mim que são de certeza mais saudáveis e menos "nocivas". Saciam mais, e tenho conseguido manter-me afastada do arroz, da massa e das batatas no almoço e jantar, ficando-me pela carne e peixe com saladas e/ou legumes. Já não é nada mau!

Este texto "Introdução à dieta Paleo" do blog "Sem Aditivos" tem uma forma de expor o assunto bastante interessante, descontraída e sem grandes fundamentalismos.
A explicação de porque é que começámos a alimentar-nos de cereais... é muito boa...
"...E agora a grande questão! Porque é que passámos a basear a nossa alimentação em cereais? Porque são baratos, aguentam muito tempo sem apodrecer comparativamente à carne, peixe e vegetais, fornecem energia mais rápido que a gordura e promovem uma ilusão de saciedade. Porquê ilusão? Porque na verdade é inchaço. Quando vemos imagens de pessoas subnutridas, alimentadas pela ajuda internacional, são normalmente extremamente magras mas com estômagos inchados. Isto acontece porque os dois alimentos mais doados e fáceis de armazenar são farinha e arroz. Acontece que são desprovidos de nutrientes (daí a magreza), mas enchem e dão a ilusão de saciedade (daí o estômago dilatado). Outro exemplo, se queremos engordar um animal (porco, vaca, galinha) damos-lhe gordura? Nope, cereais e farinhas. É por isso que hoje em dia cozinhamos um bife e ele perde metade do seu tamanho em água, é só inchaço para aumentar volume.
Uma das primeiras consequências de cortar com os hidratos (sim, significa cortar com TODOS, até a torradinha de pão integral ao pequeno-almoço) é desinchar, experimentem. ..."

Portanto, e como forma de comemorar estas minhas descobertas... vou deixar-vos a minha primeira receita, e nos posts seguintes, as restantes experiências...
|TAPIOCA|
Comecei com a tapioca. Não é mais que uma espécie de crepe, muito comum no Brasil, e que desde sempre me aguça a curiosidade.
Não é mais que um crepe feito exclusivamente com fécula de mandioca hidratada, que com o calor da frigideira se funde e une. 
No Brasil, do que percebo, vende-se esta farinha já hidratada, basta usar diretamente. Como alternativa, teremos que hidratar a fécula de mandioca, antes de a cozinhar. Descobri que "polvilho doce" umas embalagens que sempre se meteram comigo, mas que nunca comprei porque não sabia o que fazer com elas, não é mais que a dita fécula.
Pesquisei, e percebi que era tão fácil fazer a tapioca que não resisti.
Então é assim:

|TAPIOCA|
Ingredientes (para várias crepiocas):
| 125 g de polvilho doce
| 75 g de água
| Recheio a gosto (doce ou salgado) 

Método:
1. Colocar o polvilho numa taça, e ir deitando a água e mexendo com um garfo. Começa por ficar uma pasta dura tipo "cal", mas que no final esfarela, e transforma o polvilho que é um pó muito fininho, num granulado.
- Se a água for demasiada, é só juntar mais um pouco de polvilho até atingir esse ponto esfarelado.
- Se for para fazer apenas uma tapioca, basta juntar 3 colheres de sopa de polvilho, com 2 c.s de água mal cheias.
2. Com a ajuda de um passador de rede, peneirar o granulado, directamente para uma frigideira anti-aderente, de forma a ficar uma camada fina, mas que tape bem todo o fundo de uma forma uniforme.
3. Levar ao lume, e esperar cerca de 1 a 2 minutos até que se começa a notar os bordos a levantar. Nessa altura com uma espátula e cuidado, vira-se a tapioca.
4. Coloca-se o recheio que se pretende em metade, e vira-se por cima a outra parte. 
5. Serve-se de imediato.

Neste caso, para o recheio, barrei com um pouco de mousse de queijo de nozes (da président) e coloquei uma fatia fina de presunto magro, polvilhei no final com óregãos.

Acompanhei com um pêssego fatiado, e miolo de noz, e claro o meu galão de leite de amêndoa e café [sem açucar]. 

Tão rápido quanto fazer torradas, ou uma tosta mista... e tão melhor! Adorei.

Bom apetite, e bons... Pequenos Almoços!

2 comentários:

  1. Bom,muito bom. Só faltou dizer aí que para diminuir a quantidade de glúten ingerido não é necessário cortar com as farinhas ou as massas ( feitas a partir de farinha). Mas aos fundamentalistas não interessa isso.😋😋😋 . A tapioca brasileira e a mandioca africana são exemplos de farinhas sem glúten, assim como por exemplo a nossa farinha de milho. Estás a ver a velhinha maizena? É boa para diabéticos porque não tem glúten. Quanto à soja estou como tu, mas eu prefiro o leite de arroz :) . Ainda assim hoje foi dia de novas experiências e experimentei a minha iogurteira nova a fazer iogurtes de soja. Depois logo conto se correu bem e se aprovo. Bom, bom era conseguires arranjar forma de fazer as nossas açordas com pão com menos glúten, isso é que era 😋. Beijinhos

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    1. Olá Tita,
      Obrigada pelo teu comentário. Nada de fundamentalismos e bom senso, e temos o segredo desvendado... basta vontade e criatividade para dar a volta à coisa... Já para as nossas açordas, era mesmo bom conseguir esse, quase milagre!!!
      E depois quero saber como correram esses iogurtes! ;)
      Beijinho

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