Peitinhos de Frango Salteados {Com Grelos}

A propósito do post Balança VS Prato, deixo-vos uma sugestão de uma refeição que tem tanto de saudável e pouco calórica como de apetitosa e apelativa, porque os olhos também comem!
Mesmo sem hidratos de carbono fica-se mesmo saciado, e com a certeza que podemos comer bem, mesmo estando em guerra aberta com a balança!
Experimentem, que vale mesmo a pena!
Ingredientes (Serve 2/3):
  • 2 Peitos de frango pequenos e limpos;
  • 400/500 g de Grelos de Nabiça (ou de couve, ou misturados)
  • 5 dentes de alho
  • 3 c.sopa azeite
  • 1 c.chá de mostarda
  • vinho branco q.b.
  • 2 c.s. leite magro 
  • 2 c.s. natas ligeiras de culinária com pouca gordura (ou de soja)
  • Especiarias a gosto (Usei uma mistura de ervas aromáticas e alho)
  • Sal qb.
  • Tomate chucha mini
Método:
  1. Corta-se o frango às tirinas e tempera-se com sal e a mistura de ervas aromáticas.
  2. Escaldam-se os grelos em água fervente temperada de sal, durante uns minutos. Retiram-se e passam-se rapidamente por água muito fria. reserva-se.
  3. Numa frigideira anti-aderente, coloca-se 2 c.s de azeite, 3 dentes de alho muito picadinhos e a mostarda. Assim que aquecer, junta-se o frango, e salteia-se em lume bem quente. Ao fim de uns minutos refresca-se com um pouco de vinho branco e deixa-se apurar. Junta-se as natas e o leite e ferve um pouco. Retificam-se os temperos.
  4. Noutra frigideira ou wok, em lume bem forte, salteia-se os grelos num pouco de azeite e 2 dentes de alho picadinhos.
  5. Serve-se os grelos com a carne, acompanhados dos tomatinhos temperados com flor de sal, um fio de azeite, vinagre e orégãos.
Bom apetite e "Bons Postiscos"!

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Obrigada!

Pão do Vaticano

Em visita a outros blogues já tinha conhecido o famoso Pão do Vaticano, da Partilha ou da Amizade, como também lhe chamam, e que dizem só se poder fazer uma vez na vida, que trás sorte a toda a família e um desejo realizado. 
 
Adorei a ideia... Como já vos disse não sou católica, nem acredito muito nestas coisas de sorte e desejos realizados... Na verdade acredito que devemos correr atrás, lutar e trabalhar pelo que ambicionamos... mas também não vejo mal em seguir estas correntes, é divertido... E fomentar a partilha de receitas entre amigos é muito interessante.
 
Confesso que desconfiei do facto de usar uma massa base, ou isco como também lhe chamam, que já começou a ser feita sabe-se lá por quem e há quanto tempo!!
Foi muito curioso ver a evolução e fermentação da massa ao longo de uma semana, e sem frigorífico... A base é composta por farinha, leite e açúcar... Que obviamente azeda e fermenta.
Cumpri escrúpulosamente as regras e instruções, com a ajuda da minha princesa que achou o máximo todo o processo. Aliás era ela quem todos os dias lia a receita e me indicava o passo seguinte. Portanto também teve a sua parte educativa e de reforço de laços familiares.
 
Só no último passo, depois de dividir a massa em quatro partes, na que me cabia para finalmente fazer o meu bolo, fiz asneira (ou não!) ... não li bem a receita e juntei açúcar quando já não levava... O que resultou mais de bolo do que propriamente de pão.
Mais uma vez confesso que desconfiei da receita... Maçã, chocolate, nozes e canela, tudo no mesmo bolo...ainda por cima com uma massa tão ácida... Hummmm... Não acreditei muito!
O facto é que fui agradavelmente surpreendida com o resultado.
Saiu um bolo com uma textura fantástica, muitíssimo saboroso, e incrivelmente sem qualquer presença da acidez da massa base!

As outras três partes foram entregues a 3 amigas que iniciaram assim novos ciclos.
O processo começa a uma segunda-feira, e termina no sábado seguinte quando se faz o bolo e se volta a partilhar.

Além de só se poder fazer uma vez na vida, tem que se usar uma taça de vidro, e mexer com uma colher de pau, nunca com metal ou plástico!
 
Fantástico! Não sei se é milagre, se efetivamente trás sorte, ou desejo realizado... Sei que foi uma experiência muito gira, e que embora a regra diga que não se pode voltar a fazer... Vou repeti-lo concerteza, adaptando a receita a um bolo normal... Sem claro, voltar a entrar na corrente.
 
Se um dia tiverem quem vos passe a massa base, aceitem, sigam o processo, que além de giro tem um resultado final muito positivo!

MiniCakes {Missão Coragem}

Uma alimentação (mais) saudável está cada vez mais na ordem do dia, e a minha consciência diz-me que tem que ser assumida, ainda mais quando tenho uma criança para alimentar e educar.
A educação é fundamental, sempre, e nesta questão não podia ser diferente.
Tenho assumido para comigo, o compromisso de tentar cada vez mais fazer refeições equilibradas, quer seja pela redução/alteração da gordura, dos hidratos de carbono em geral, e do açúcar em particular, ou simplesmente pela forma de cozinhar os alimentos.
Por exemplo, usar mais o forno em vez de fritar, estufar em vez de refugar... grelhar saltear, enfim.
O sal também pode ser contornado através das especiarias e ervas aromáticas.
A comida não tem aborrecida, nem desenxabida, e com imaginação chegamos lá!
Os legumes e frutas têm que prevalecer, isso é ponto assente!

Atualmente existem estudos e pesquisas para tudo e mais alguma coisa, para o bem ou para o mal. Temos que aprender a filtrar a informação que nos chega.
Eu uso a lógica, e tento sempre entender a razão de ser. E há realmente assuntos que passaram a ser factos. Ignorá-los ou assumi-los é uma opção de cada um.
Acredito que não podemos ser fundamentalistas, e a bem da verdade se formos analisar, os problemas estão por todo o lado... As aves têm gripe, as vacas estão loucas, o peixe é de viveiro em águas saturadas e contaminadas, os legumes e as frutas têm pesticidas, os cereais são transgénicos, os alimentos embalados são processados e cheios de "E's" e componentes químicos que não fazemos a mínima ideia do que são... as bolachas, os cereais de pequeno almoço e os sumos carregados do maléfico açúcar, enfim... assim sendo como fazemos??
Efetivamente "Somos o que Comemos", e a tão badalada reportagem da SIC faz-nos andar, ainda mais com a neurose dos rótulos... o que para quem queira tentar fazer as coisas bem, fica com muitas dúvidas do que possa ser melhor....ou menos mau!
As doenças oncológicas estão, sem sombra de dúvida relacionadas com a alimentação. Mas felizmente, a dita da informação que nos chega, mostra-nos que o caminho a seguir para a sua prevenção passa também pelo nosso prato.
Exemplo disso são os SUPERALIMENTOS.
Apesar de não existir um definição técnica de “Superalimento” é hoje comum referirmo-nos a alimentos (em particular frutos e hortícolas) cuja composição nutricional confere mais benefícios para a saúde comparativamente a outros alimentos.
Ao fim ao cabo, são alimentos carregados de energia, nutrientes e micronutrientes que oferecem ao nosso corpo doses extras de vitaminas, aminoácidos, fibras, minerais e outros nutrientes, de uma forma completamente equilibrada, natural e totalmente assimilável pelo nosso corpo.
Basta pesquisar na internet e encontramos muitíssimo sobre este assunto ... Destaco acozinhar.pt no que respeita às furtas e legumes...  e aqui 12 Superalimentos para combater doenças , mais alguns alimentos.
Uma amiga que infelizmente aprendeu a encarar a vida com outros olhos, porque o bicho mau lhe bateu à porta, decidiu dar a cara e fazer também mais pelos outros, e associou-se à Missão Coragem, uma associação que se foca essencialmente na problemática do cancro da mama, e deu continuidade ao Núcleo de Grândola, com a implementação de uma nova sede.
Desafiou-me para preparar um miminho para a sua inauguração, e eu não podia de forma alguma ficar de fora!
Assim sendo, pensei em fazer uns bolinhos, porque o momento exigia algo doce.
Mas não queria fazer as receitas tradicionais, tinha que tentar melhorar (ou minimizar), quer pela redução calórica, quer pelos ingredientes utilizados.
Só à terceira tentativa consegui obter um resultado que me convencesse... mas como desistir não é opção... acho que valeu a pena!
No bolo, utilizei cenoura e noz, que constam na listagem dos tais Superalimentos, introduzi a courgette com substituto da gordura, e o açúcar mascavado em vez do açúcar branco refinado.
Na cobertura, embora de chocolate, utilizei chocolate negro, iogurte magro natural e natas light.
Julgo que atingi o meu objetivo, consegui um bolo com uma textura muito fofa, saboroso e delicado. O creme deu-lhe um toque especial.
À Missão Coragem, em especial ao Núcleo de Grândola desejo muito sucesso, e continuarei disponível para outros desafios e abraçar esta tão nobre causa, assim esteja ao meu alcance.
Deixo-vos a receita. Espero que gostem!
Ingredientes (cerca de 30 unidades)
Bolo
  • 4 a 5 Cenouras descascadas
  • 1/2 Courgette descascada
  • 5 Ovos (biológicos de preferência)
  • 230 g Açúcar Moreno (ou mascavado)
  • 290 g Farinha
  • 1 c.s. fermento
  • Noz Picada (a gosto, usei cerca de 1 punhado)
Creme Chocolate
  • 200 g Chocolate negro
  • 1 Iogurte natural magro (Usei grego ligeiro)
  • 100 ml Natas Light (Usei culinária)
  • 1 c.s. Açúcar em pó (ou a gosto)
Método (Com Bimby):
 Bolo:
  1. Triturar a Courgette, uns segundos, vel.7/8, de forma a ficar muito picadinha, mas sem ser em puré. Retirar para um escorredor, para perder a água. Reservar;
  2. Triturar a cenoura, da mesma forma que a courgette. Juntar à courgette;
  3. Com a borboleta colocada, deitar os ovos, e bater até duplicarem de volume, 3 min.,vel.3, 37ºC;
  4. Juntar o açúcar e bater mais 2 minutos, na mesma velocidades, sem temperatura;
  5. Juntar a cenoura e a courgette, envolver, vel.2;
  6. Juntar a farinha peneirada com o fermento, e as nozes picadinhas, envolver, vel.2
  7. Levar ao forno pré-aquecido 170º, em tabuleiro forrado com papel vegetal, cerca 15 minutos (até fazer o teste do palito e sair limpo)
  8. Tirar do forno, passados uns minutos, tirar do tabuleiro e deixar arrefecer em cima de uma grelha.
Creme:
  1. No copo lavado e bem seco, colocar o chocolate partido em pedaços. Derreter a 37º, vel 2, cerca de 2 minutos, ou até o chocolate estar cremoso e brilhante.
  2. Tirar a temperatura, mas com a bimby sempre na vel. 3, deitar pelo bucal o açúcar em pó, o iogurte e as natas em fio, deixar cerca de 1 a 2 minutos até estar tudo bem ligado e sem grumos.
  3. Reservar o creme numa taça de vidro, no frigorífico (pelo menos 30 minutos)
Montagem:
  1. Cortar o bolo em pequenos círculos.
  2. Com um saco de pasteleiro (usei um saco de plástico de cozinha, que depois de cheio com o creme, cortei um dos cantos), deitar em círculos um pouco de creme, por cada bolinho.
  3. Para fazer o efeito dos riscos circulares, usei depois os dentes de um garfo.
  4. Decorar a gosto, usei corações em pasta de açúcar fúchsia com purpurinas alimentares.
Método Tradicional:
  1. Picar  ou ralar a courgette, de forma a ficar muito picadinha, mas sem ser em puré. colocar num escorredor, para perder a água. Reservar;
  2. Picar ou ralar a cenoura, da mesma forma que a courgette. Juntar à courgette;
  3. Numa batedeira bater os ovos, até duplicarem de volume.
  4. Juntar o açúcar e bater mais 2 minutos.
  5. Juntar a cenoura e a courgette, envolver com uma vara de arames, ou com a batedeira em velocidade baixa.
  6. Juntar a farinha peneirada com o fermento, e as nozes picadinhas, envolver da mesma forma.
  7. Levar ao forno pré-aquecido 170º, em tabuleiro forrado com papel vegetal, cerca 15 minutos (até fazer o teste do palito e sair limpo)
  8. Tirar do forno, passados uns minutos, tirar do tabuleiro e deixar arrefecer em cima de uma grelha.
Creme:
  1. Derreter o chocolate em banho maria, ou no micro-ondas.
  2. Juntar o açúcar e mexer bem.
  3. Juntar o iogurte e as natas, envolvendo.
  4. Bater uns minutos com uma batedeira.
Montagem: Proceder como acima.

Nota: Se preferir poderá fazer-se em cupcakes, cozinhando a massa diretamente em formas individuais.
Bom apetite, e "Bons Postiscos"... e já agora, Saudáveis!

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Obrigada!


 

Bacalhau com Broa {e Couve Verde}

Continuamos em festejos Pascais...
Mais uma vez, a reunião de família e amigos em torno da mesa, é sem dúvida a melhor forma de comemoração. Essencialmente, comemorar a vida! E isso é importante todos os dias.
Estou grata, por cá andar, todos os dias. Uns mais felizes que outros, mas todos importantes nesta nossa jornada.
Amanhã é sexta-feira. Sexta-feira Santa. E como manda a tradição é dia de não comer carne!
Católicos ou não, nada impede de a respeitar, até porque peixe é muito mais saudável que carne, verdade?
Assim sendo, hoje trago-vos esta proposta: Bacalhau com Broa, à minha moda!
Este prato não é típico alentejano, e por isso, a minha versão é resultado de (como já vai sendo habitual) uma combinação de várias pratos que fui provando...
Não parti de nenhuma receita base...fui fazendo a sentimento, conforme me foi parecendo bem.
Se é um receita fiel do bacalhau com broa? Não sei!
Sei que é muito bom, e corre sempre bem!
Gosto do travo da couve no fundo do tabuleiro, da mistura das cores, e da combinação com as batatas assadas a murro, perfumadas com tomilho fresco.

Ingredientes (Serve 6):
  • 3 Lombos de Bacalhau demolhados (usei ultracongelados)
  • 1 Broa de milho pequena
  • 200 g de Couve para caldo verde
  • 1 Cebola Grande
  • 1 Tira de Pimento verde
  • 1 Tira de Pimento Vermelho
  • 1 Folha de Louro
  • 1 Cabeça de alhos
  • 1 Ramo de Coentros
  • Azeite
  • Sal q.b.
  • Batata pequena para assar
  • Tomilho, Fresco em haste
  • Colorau q.b.
Método:
  1. Na bimby (ou outro robot de cozinha) picar 3 dentes de alho, com um ramo de coentros ( 10 seg, vel. 5)
  2. Juntar a broa em pedaços. Dar uns toques no turbo, e picar uns segundos na vel. 7 (Fazer um duas vezes, a bimby, não pode levar muita broa de uma vez). Reservar.
  3. Cozer o bacalhau, em água, em lume baixo, sem deixar ferver, nem cozer demais (Importante para o bacalhau lascar facilmente, ficando gelatinoso entre as lascas)
  4. Tirar o bacalhau, deixar arrefecer, limpar de peles e espinhas, lascar grosseiramente. Reservar, reservando também um pouco da água da cozedura.
  5. Na restante água, junta-se um sal, e cozem-se as batatas com casca, devidamente lavadas, e com um golpe. Reservam-se.
  6. Com uma mandolina, cortar a cebola em rodelas finas.
  7. Na bimby (ou numa caçarola) juntar a cebola, 2 ou 3 dentes de alho picados, a folha de louro, e os pimentos em tiras fininhas, regados generosamente com azeite, e temperar com sal fino. Refugar, até a cebola estar bem mole e translucida.
  8. Juntar o bacalhau e envolver delicadamente.
  9. Entretanto, escaldar a couve com água a ferver, num recipiente tapado, uns minutos. Escorrer bem.
  10. Numa frigideira, saltear a couve com um pouco de azeite, e uns dentes de alho picados, temperada com um pouco de sal.
  11. Salpicar a broa com um pouco da água do bacalhau e regar com azeite. Misturar, ficando uma mistura solta, areada, mas com humidade. (não deve ficar uma pasta).
  12. Numa assadeira, dispor a couve, o bacalhau, e terminar com a broa.
  13. Noutra assadeira, dispõe-se as batatas, polvilha-se com sal grosso e colorau, rega-se generosamente com azeite, e juntam-se uns dentes de alho esmagado, e as hastes de tomilho.
  14. Levar tudo ao forno, pré-aquecido, 180º, até corar.
  15. Servir!
Bom apetite, Bons "Postiscos" e Uma Sexta-feira Santa,  bem saborosa!

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Obrigada!

Folares de Páscoa {Desafio de Maçã}

A Páscoa está aí à porta e a minha cozinha não vai deixá-la passar em branco!
Portanto o meu primeiro Post Pascal, é dedicado aos folares!

Aceitei o desafio de um grupo do Facebook, ao qual me juntei recentemente "Dia 1 ... Na Cozinha!"  (que consiste em publicar impreterivelmente ao dia 1 de cada mês a nossa receita, de acordo com o desafio do mês)
Este mês os folares, foram os eleitos, e são assim, os convidados especiais.
No grupo, o convite para este desafio vem acompanhado da Lenda dos Folares... que confesso, desconhecia, mas é deliciosa, e não posso deixar de a partilhar. Não que eu seja religiosa, pois efetivamente não sou... Ainda assim, considero importante cumprir as tradições, mais que não seja por reunir a família em convívio em torno de uma mesa recheada... e quando a lenda nos fala em paz, reconciliação e amizade... não podia ficar de fora...

A Lenda:
Reza a lenda que, algures em Portugal, vivia Mariana, moça cuja única aspiração era casar. Com as suas rezas a Santa Catarina logo lhe acudiram dois pretendentes: um jovem fidalgo e um pobre lavrador. Depois do auxílio divino, Mariana escolheu o pobre lavrador.
Na véspera do Domingo de Páscoa, porém, orava ainda atormentada com a ideia de que o fidalgo apareceria no dia do matrimónio para executar o seu noivo e por isso, no dia de Páscoa, levou uma coroa de flores ao altar de... Santa Catarina pedindo clemência. Chegada a casa tinha um bolo com ovos inteiros, rodeado com as flores que havia posto no altar naquela manhã. Mais tarde, descobrira que também o jovem fidalgo e o pobre lavrador o tinham recebido. Obra de Santa Catarina, segundo ela, como forma de acabar com as disputas.
Esse bolo, o "Folore” (designação original), símbolo da paz e reconciliação que exalta a amizade entre amigos, familiares e vizinhos reunidos à mesa em tempo Pascal.

Assim sendo, o folar é talvez a iguaria mais tradicional, que corre o país de norte a sul. Tem variadíssimas versões, desde doces a salgadas, simples ou mais elaborados...

Aqui no meu Alentejo os folares são geralmente simples. Numa versão mais rápida, partem da massa do pão, onde se adiciona ovos, açúcar, gordura, aguardente, canela e ervas doces.
Quando feitos do início, a massa deve levedar, crescer, moldar, e voltar a descansar. É um processo de paciência, e respeitar os tempos ditados pela própria massa é o segredo.
Eu adoro, e todos os anos faço a minha versão, à qual acrescento ou altero sempre qualquer coisa...

Desta feita, e respondendo ao desafio, fugi um pouco ao tradicional, e resolvi experimentar uma versão com maçã. Já em tempos tinha tentado uma receita, que não correu muito bem.
Mas como desafio implica novas experiências, voltei a tentar, e desta vez fiz um mix entre os ingredientes tradicionais do folar alentejano, juntando-lhe a maçã e a amêndoa.

Posso dizer que foi uma combinação mágica. Saiu Perfeito!

Folar Doce de Maçã e Amêndoa

Ingredientes:
  • 600/650g de farinha 65
  • 180g de margarina (temperatura ambiente)
  • 3 ovos
  • 1,5 dl de leite
  • 1 cubo de fermento de padeiro fresco (ou 1 saqueta de fermento seco)
  • 1 colher sopa de açúcar (bem cheia)
  • 1 pitada de sal
  • 1 colher chá de erva doce em pó
  • 1 colher chá de canela em pó
  • 0,3 dl de aguardente
  • 4 maçãs
  • Margarina q.b. (para barrar)
  • Canela em pó q.b. (para polvilhar)
  • 180g de açúcar amarelo
  • 100g de amêndoa palitada
Método:
Com bimby:
  1. No copo, juntar o fermento com o leite, vel.2, 2 min, 50ºc.
  2. Juntar a margarina, os ovos, o sal, a colher sopa de açúcar, a c. chá de erva doce, a c. chá de canela e a aguardente, misturar, 30 seg., vel 4.
  3. Juntar a farinha, misturar, 30 seg., vel 4.
  4. Programar mais 5 min., vel. Espiga. (Se a massa estiver muito mole, ir polvilhando com farinha, até não agarrar ao copo)
  5. Retirar para uma taça polvilhada, cobrir com uma manta e deixar levedar até ficar com o dobro do volume (cerca de 2 horas).
  6. Amassar novamente e estender a massa em forma de retângulo.
  7. Barrar com a margarina, polvilhar com o açúcar amarelo e a canela, espalhar por cima as maçãs descascadas e cortadas em cubinhos (ou raladas grosseiramente) e também a amêndoa palitada. Enrolar, num rolo comprido, e cortar em fatias grossas (cerca de 10) dispondo-as com o corte para cima, numa forma untada com margarina. Descansar 20 a 30 min.
  8. Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC cerca de 45 minutos.
  9. Tirar do forno, e se se pretender um aspeto brilhante, pincelar com mel diluído num pouco de água.
 Método Tradicional:

- Amornar o leite e dissolver o fermento.
- Num alguidar, juntar os ingredientes dos pontos 2 e 3, misturar e amassar.
- Seguir os pontos 4 a 8 conforme acima.

Bom apetite, Bons "Postiscos" e Uma Páscoa feliz!  

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Obrigada!